domingo, 1 de maio de 2011

Bolo de frutas com especiarias

Foto de Mason Hiatt

Tudo começou com o desejo de levar as cores de minha fruteira para dentro de um bolo, mas não sabia bem como fazer isso. Fucei na internet e acabei encontrando esta receita no Come-se, meu blog de culinária predileto, atualmente. Por quê? Porque Neide Rigo, sua autora, cozinha com amor e isto se percebe em sua escrita, nas ilustrações no blog e, mais ainda, no sabor de seus pratos. Sempre adapto as receitas a minha realidade, quero dizer aos ingredientes que tenho, aos utensílios de minha cozinha, ao meu paladar, com respeito as originais e a minha intuição de cozinheira. O resultado desta última empreitada foi um dos melhores bolos de minha vida: a massa fica molhadinha e a diversidade de especiarias e de frutas nos remete para territórios de sabor completamente diferentes a cada mordida. Aí vai, o bolo de Neide com meus pitacos!

Ingredientes

3 ovos
1/2 xícara de manteiga derretida.
¼ de xícara de leite.
2 cenouras médias cortadas picadas em cubos.
2 mandiocas cruas, descascadas e picadas em cubos (aproximadamente 200g).
1 xícara de açúcar
1 pitada de sal
1 colher (chá) de canela
1 colher (chá) de especiarias misturadas, trituradas: cravo, noz-moscada e erva-doce
1 xícara de fubá
1 colher (sopa) de fermento
1 xícara de frutas secas picadas (damasco, abacaxi, uvas passas pretas etc), deixadas de molho por uma hora em rum, depois escorridas e polvilhadas com fubá.
Açúcar de confeiteiro e mini-miçangas de chocolate para polvilhar.

Como fazer

Antes de começar, triture as especiarias com um mixer, pois é um processo um pouquinho demorado. Depois, coloque no liquidificador o leite, os ovos e a manteiga derretida já fria. Ligue o aparelho e vá juntando a cenoura. Em seguida, junte a mandioca picada. Bata bem até ficar tudo bem triturado. Numa tigela misture o açúcar, o sal, a canela, as especiarias trituradas e o fubá e jogue por cima o conteúdo do liquidificador. Mexa bem com uma colher de pau ou com um batedor de arame. Por último junte o fermento e as frutas já preparadas e misture. Despeje em forma redonda untada com manteiga e polvilhada com fubá. Leve ao forno médio e deixe assar até ficar dourado e firme (faça o teste do palito para saber se está assado). Desenforme e polvilhe açúcar de confeiteiro e as miçangas, formando os desenhos que lhe derem na telha. Se preferir use uma máscara, como ensina a mestra Neide Rigo. Espere esfriar e deleite-se!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pão de Macaxeira




Foto de Mason Hiatt

Estive recentemente em João Pessoa, cidade linda, cordial e absolutamente verde. O mar parece ter esmeraldas no fundo e como tenho sorte, peguei duas noites de lua cheia. E como tenho mais sorte ainda, havia uma filial do restaurante Mangai - um dos melhores de comida regional que conheço - perto do hotel. De lá trouxe a inspiração para fazer esse pão de macaxeira, cuja receita, de autoria de Silvaninha, baixei do CyberCook e fiz minhas adaptações, logicamente. No Mangai, eles servem o pão tostado, com muita manteiga, que é também minha preferência. Este bonitão aí da foto - clicado sobre o guardanapo bordado que comprei na Feirinha de Artesanato de Tambaú* - foi feito com 1/3 de farinha integral e em formato pequeno, pois eu queria um pão no qual fosse possível servir uma porção individual de sopa creme. A farinha integral deixa o pão mais cascudinho.

Ingredientes

1/2 kg de mandioca cozida e amassada
1/4 de xícara de manteiga derretida
1/4 de xícara (chá) de leite morno
1/2 xícara (chá) de açúcar
1 colher (chá) de sal
2 tabletes (30g) de fermento biológico
2 ovos batidos
farinha de trigo até o ponto de enrolar


Como fazer

1. Dissolva o fermento no leite morno, misture 1 colher de açúcar e deixe crescer tampado.
2. Bata os ovos e acrescente todos os ingredientes, deixando a farinha de trigo para o fim. Misture tudo muito bem.
3. Acrescente a farinha de trigo até a massa ficar macia, sem grudar nas mãos e sove bem para que a massa fique leve.
4. Deixe a massa descansar até dobrar de tamanho. Sove novamente, corte a massa em 4 parte e forme os pães redondos, tipo italiano.Deixe crescer até dobrar de tamanho novamente.
5. Antes de levar ao forno, passe manteiga sobre os pães, com os dedos.
6. Asse em forno quente.

Lindo, delicioso e perfeito para o cafezinho da tarde!

* Na Bordados da Jô, loja 29, você encontra uma infinidade de artesanatos em tecido feitos em João Pessoa, um mais lindo que o outro. E o melhor: com preços muito acessíveis e atendimento de primeira. Vá com tempo ou ligue para (83) 8820-4020 e faça suas encomendas.

domingo, 13 de março de 2011

Choconhaque

Receita para os amigos que andam sós nas noites frias e para os que, bem acompanhados, sabem o quanto é importante manter o calor da relação.

Bom aliado dos casais, o choconhaque tem a vantagem de esquentar tanto que temos que tirar parte da roupa quando bebemos; suas especiarias supostamente afrodisíacas sempre geram uma conversinha mole que facilita a paquera e, na dose certa, entorpece o juízo que é uma beleza!

Talvez isto explique o porquê de só vingarem meus romances iniciados no outono ou no inverno. Na doçura do chocolate, no embalo do conhaque, na quentura do sexo.

Para uma xícara de leite coloque 1 e ½ dose de conhaque, chocolate em pó a gosto, 1 cravo, 1 pedaço de canela em pau, açúcar e, muito importante, raspas de mexerica ou laranja para perfumar a bebida.

Misture tudo e leve ao fogo. Quando levantar fervura tire a leiteira do fogo, deixe baixar a mistura e coloque de novo no fogo. Repita a operação 4 vezes, se for uma pessoa paciente como eu. Senão, fique só com a primeira, dá certo também. Eu é que sou chegada num ritual!

Dica: use chocolate Nestlé, aquele do padre, que tem uma textura super cremosa. Se usar outra marca, recomendo que acrescente uma colher de chá de Maizena.
Importante é não usar achocolatados como Nescau ou Toddy, pois o conhaque acaba sobressaindo-se demais nestes casos e a bebida perde sua personalidade.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

*O polvo: complexo? Nem tanto...

Hoje eu queria postar uma comida de amantes. Aquela que te arrepia os mamilos, que esquenta a cuca, emociona. Frutos-do-mar, pensei... Deparei-me então com o ingrediente enigmático: polvo, cheios de braços (ou seriam pernas?) e de uma complexidade que só se dissipa com o toque. Ah, o toque...


O polvo


Tem um pequeno ritual, como o pão, e seu ritual é simples e certeiro para quem deixa o medo do desconhecido do lado de fora da cozinha.


Primeiro descubra um bom fornecedor. Peça para limparem, assim você terá certeza que tudo o que comprou será aproveitado no cozimento.


Lave bem o polvo, até tirar toda sua viscosidade.


Depois de limpo você vai bater nele com um batedor de carne. Este processo não é fundamental, mas vai fazê-lo render.


Coloque o polvo em um saco, esticadinho e leve ao congelador ou freezer. O congelamento vai quebrar as moléculas do polvo e deixá-lo macio.


Descongele o polvo.


Encha uma panela com água e leve ao fogo até ferver.


Pendure o polvo num garfo, pelos tentáculos e mergulhe-o rapidamente na água fervente.

Agora dê uma duchinha fria nele. Outra quente e assim, sucessivamente. Isto é para que ele se acostume com a temperatura. O choque térmico também contribui para a textura macia. Quando você perceber que ele encolheu totalmente é hora de levá-lo ao fogo.

(Eu adoro fazer isso e, na real, nem sei se é preciso, depois do congelamento, mas eu curto).



Coloque numa panela de pressão meia xícara de água, meia xícara de vinho branco e o polvo. Não pense que colocou pouca água, pois o polvo soltará o suficiente para equilibrar essa mistura.Feche a panela e conte 15 minutos depois que pegar pressão.


Desligue o fogo, solte a pressão e abra a panela. Prove.


A carne deve estar macia, porém consistente. Se estiver dura, feche mais um pouquinho e deixe mais 5 minutos, até atingir o ponto. Está pronto!


Eu vou chorar se alguém disser que isso é difícil, juro!


A água do polvo pode ser usada para o caldo de frutos do mar, para cozinhar um rico arroz, para o que sua sensibilidade orientar.


*Publiquei esta receita originalmente em 2007, ano em que eu resolvi encarar tudo que me parecia difícil, do quarto a cozinha, passando pelo meu escritório que ficava entre os dois. A vida ficou tão mais saborosa...